Sabia que quarta-feira foi DIA INTERNACIONAL DO CAPS LOCK?? Sério! Essa é uma das coisas muitíssimo úteis que a gente descobre ao baixar um calendário para blogs! Blogar é cultura, gente! E sendo assim, nesse delay, resolvi trazer destino brasileiro completamente CAPS LÓCKI para o post: CHAPADA DIAMANTINA na veia!
Das maravilhas de se morar na Bahia (já que eu conto esta história), uma delas foi poder passar um mês de férias na Chapada Diamantina, rodando estradas de terra e asfalto de carro, completamente sem lenço, com documento, on the road again, “o pó da estrada gruda no meu rosto, como a distância, matando as palavras, na minha boca sempre o mesmo assunto, o pó da estrada“…
Até decidirmos ir para lá, minha única referência do local eram aqueles morros da abertura da novela Pedra sobre Pedra (“quem é rico mora na praia, mas quem trabalha nem tem onde morar”, lembra? Geeeente, olha como os anos 90 eram MUITO mais pornográficos!!! Caretiamos bem, hein?).
Daí que eu imaginava que “Chapada Diamantina” era um único lugar específico, um parque delimitado, sei lá, enfim, entendam minha cabeça de pouco conhecimento geográfico na época (essa viagem ajudou muito a desenvolvê-lo!). Mas como falou o mestre das viagens Ricardo Freire no Miniguia Chapada Diamantina (que é ótimo, vai por ele!!): quando você compra um guia e começa a estudar, percebe que a tal da Chapada Diamantina é um monstro imensa!!!
O Parque Nacional da Chapada Diamantina se estende por seis municípios, mas a região da Chapada Diamantina abarca 24 cidades, e em várias delas existem atrações de altíssimo nível. Há inúmeras e inacreditáveis cachoeiras, morros de pedras e cidadezinhas pitorescas, além de grutas azuladas que parecem saídas de contos élficos. E foi por esse mundo encantado dos gnomos que passamos (eu e marido, o ano foi 2008) um mês inteirinho…
Nós optamos por começar pelo lado sul da Chapada, visitando Rio de Contas, Livramento de Nossa Senhora e Ibicoara, e na sequência adentramos a área protegida percorrendo Mucugê, Andaraí e Igatu. Depois disso atravessamos e fomos para a parte norte conhecer o complexo da Pratinha e as grutas e cavernas de Iraquara, passando pelo Vale do Capão, para finalizar em Lençóis, no coração pulsante da chapada! Ou seja, um caminho completamente esdrúxulo, que não vai te ajudar em nada, mas o Guia Turístico Chapada Diamantina é muito bom, e aqui ele te ensina como chegar, do jeito que você resolver ir.
Não tem como eu te descrever o que foi essa viagem, até porque cada viagem de cada um é uma viagem, mas o que fica de uma trip maravilhosa?? As fotos, a lista de alguns lugares imperdíveis que eu iria novamente com certeza, e o estímulo para que dediques umas férias a curtir as delícias da Bahia na Chapada Diamantina! Só te digo: VAI!!
Dos imperdíveis:
- Cachoeira do Buracão em Ibicoara
O passeio mais emocionante EVER, inclui descer escadarias no meio do mato, encontrar cachoeiras élficas no caminho, atravessar um desfiladeiro inundado A NADO (sentindo-se em Valfenda) e por fim chegar à uma cachoeira estonteante rodeada por um buraco de pedras de uns 80 mts de altura. Tanta palavra não define o sentimento, vê se as imagens ajudam aí.
- Visitar a cidade de Mucugê e seu Cemitério Bizantino
A cidade por si é muito graciosa, com um patrimônio histórico bacana, mas ainda inclui paredões de pedra que circundam um curioso e belíssimo Cemitério Bizantino – que à noite, iluminado, fica ainda mais fascinante!
- Complexo da Pratinha em Iraquara
A Pratinha é uma gruta inundada, onde é possível realizar flutuação até a parte mais escura da caverna e ver pequenos animais luminescentes, como camarões e peixinhos. No retorno da flutuação, com o olhar já acostumado a escuridão, ao tomar contato com a claridade que adentra a caverna, parece que você está vendo uma explosão de cores e peixes! É llindo!!! De quebra dá pra visitar a Gruta Azul, que fica na mesma propriedade. E muito próximo fica a Gruta da Torrinha, considerada a mais completa do Brasil em diversidade de espeleotemas: este passeio cansa (e pode te dar uma certa claustrofobia), mas é muito, muito interessante! Saí de lá com falta de ar, quase morrendo, mas iria de novo, com cerveteza!
- Poço Azul em Nova Redenção
Este vem a ser o maior sítio submerso paleontológico do Brasil, mas o que me impressionou mesmo, foi a sensação de voar, que se experimenta ao mergulhar (na verdade é flutuar) no abismo que ele é. Olhando por fora parece que a profundidade é de alguns poucos metros, mas mergulhando é que o bicho pega! Na saída a comida do pessoal da fazenda foi a melhor de toda a viagem: lá provei o famoso godó de banana verde da Chapada e fiquei fã!!
- Visitar a Vila de Igatu ou Xique Xique de Igatu
Eu iria novamente (e aí você racionaliza se é seu estilo) primeiro porque tem que ir por uma estrada de terra – que não deixa de ser Estrada Real – cheia de verde, rios e cachoeiras, segundo porque é uma vila muito sossegada com casario colonial e outro cemitério bizantino antigo impressionante; terceiro porque andar pela vila de garimpeiros abandonada é surreal, e quarto porque a Pousada Pedras de Igatu é um deleite!
- Dar um giro pelo Vale do Capão
Esse não tem foto, tem só da pousada em que ficamos, ali abaixo, mas vale a dica porque o lugar é pra isso mesmo: tomar banho de cachoeira, relaxar e esquecer de tirar foto no espelho pra postar no facebook, rs.
- Passar pelo menos três dias em Lençóis
Esta foto eu apelei pro amigo Xandão, grande professor e geógrafo, que me ensinou a tomar gosto pela geografia brasileira. Não tenho foto mas tenho a maior vontade de voltar a Lençóis e passar uns bons dias ouvindo aquele barulhinho de rio, andando pelo casario, pelas praças, pelo movimento cosmopolita bom no cair da noite…
- Casario de Rio de Contas e trekking no Pico das Almas
A quantidade e beleza do casario histórico de Rio de Contas já foi uma grata surpresa! Na sequência rolou o primeiro trekking da minha vida (confesso, não tava preparada, quase morri! E arreguei no final) no terceiro pico mais alto do Nordeste, o Pico das Almas. Oxi, hoje queria tudo de novo!
Das hospedagens:
Esta viagem, como eu disse, durou um mês, e assim sendo, teve que rolar hospedagem de todo tipo, do acampamento ao hotel fourstars, passando pelas pousadas beeeem meia boca. Mas de todas que ficamos, algumas realmente valem a indicação. And the Oscar goes to São elas:
Pousada Lendas do Capão – que além de ótima, tem uma casa na árvore (numa jaqueira, se não me engano) maravilhooousa, de sonho!!!
Pousada Pedras de Igatu – o blog está desatualizado, mas há o face. Não tem tv, wi-fi, nem modernidade alguma, mas é linda em sua simplicidade e tem o luxo dos luxos: piscina de água natural, de mina, corrente, com barulhinho bom, a própria tradução da paz na terra!
Pousada Mucugê – pousada localizada bem no centrinho de Mucugê (com piscina!!).
E você, já visitou a Chapada Diamantina? Tá programando? Pois podes me indicar atrações imperdíveis que não vejo a hora de voltar para lá!!! Xêêro!
Genteeee que paixão esse lugar, sou louca pra conhecer.
Amei as fotos!
Beijos
Livia, perdoa eu demorar a responder, estava sem micro. Quando puder, programe e vá! A Chapada Diamantina é surreal de linda!! Beijo!