Herbarium #000 – O início de um jardim inglês

Eu sou um ser ajardinado por natureza (e tem cientista que me dá razão!). Fiz pós-graduação em paisagismo, tenho interesse e estudo toda e qualquer espécie nova que passar por meus olhos, adoro entrar no meio da mata, realmente necessito do verde, e onde eu morar há de ter sempre uma plantinha me acompanhando. Foi assim na casa da minha mãe, onde iniciei uma coleção de cactus e suculentas quando a paixão por plantas tomou força ainda na faculdade; foi assim na Bahia, onde morei temporariamente; e é assim aqui em Minas, onde vivo há sete anos e iniciei este processo de fazer brotar “naturalmente” um jardim (que pretende ser) inglês num pátio cimentado cinzento e triste.

suculentas na casa de mamãe (fotos do amigo pena filho), rúculas e vasinho na casa da Bahia
Suculentas na casa de mamãe (as fotos à esquerda são do querido amigo Pena filho), a linda flor da Stapelia, micro rúculas e vasinho de parede era o que tínhamos na casa da Bahia

Mudamos para esta casa no início de 2009 e as fotos comprovam o que tínhamos em mãos: um pátio num tamanho legal, com dois vasos, duas jardineiras – os quais agradeço imensamente a doação das moradoras anteriores – e piso cinza cimento a perder de vista.

Hmmmm… vejamos… o que temos aqui? de onde viemos? para onde vamos?

Minha ideia inicial era quebrar o cimento e ir assentando com areia um piso de tijolos. O marido sempre foi contra, (atentando para a lei do menor esforço) dizendo que, depois de quebrado e iniciada a estação das chuvas, tudo viraria um lamaçal sem fim. Como o orçamento era zero, dei de ombros e no piso não mexi, de maneira que encontra-se até hoje e vejo que foi a decisão mais acertada (nessas horas me dou conta de como é bom às vezes simplesmente deixar as coisas como estão e não se angustiar com aquilo que não se pode mudar). A partir da nossa mudança para a casa vermelha, iniciei então um paisagismo paciente de vasos com cactus e suculentas, no legítimo estilo “tudo vira vaso“, dando especial atenção ao nosso mandacaru, que veio na mudança, mas essa espécie será assunto para outro post.

Orçamento zero, TUDO vira vaso!

Minha sogra foi a principal incentivadora inicial, trazendo quase que semanalmente pequenas suculentas de supermercado que eu rapidamente transplantava para baldes, potes de margarina, latas de tinta que sobravam da oficina ou qualquer recipiente disponível. As plantas por sua vez, respondiam crescendo e eu as multiplicava, até que consegui fazer um varal de latas com suculentas, o qual estou prestes a reformar porque lata, sinto informá-los, tem prazo de validade para ser usada como vaso.

Era uma vez… um varal de latas pra chamar de meu!

Só pra te adiantar, estes posts não serão tutoriais sobre como montar vasos. Tem pessoas muito mais qualificadas que eu explicando tim tim por tim tim tudo isso, ensinando como furar cada tipo de vaso, como molhar as plantas quando está viajando (agradecimentos eternos Vivi por estes dois posts, utilíssimos em minha vida!), ajudando a escolher o vaso adequado para sua horta urbana, e mostrando até como plantar em vaso de ponta cabeça, imagina só! E com essa moça aprendi também que o nome disso é sky planter, assim como os meus cravos do mato (ou Tillandsias) atendem por air plants, meu bem!

A história aqui serão as estórias. Nosso jardim tem em torno de 79 metros quadrados e pretendo registrar através da tag #Herbarium a (selva) quantidade de espécies que temos conseguido criar neste espaço e como cada uma chegou até aqui. Acredito no poder das plantas para tornar os espaços mais aconchegantes (e nossa vida mais zen!) e que cada canto é um local verde em potencial. E já que o blog é meu e eu posso achar o que quiser, sabe o que acho mais? Se eu consegui, a partir do nada, ou de pouco (pouquíssimo) orçamento disponível, verdejar meu pátio, qualquer um que quiser e se mexer, também consegue. Sigam-me os “mão-na-terra” e os nem tanto que vem hi(e)stória por aí!

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